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domingo, 27 de junho de 2010

"Procure a complexidade e ordene-a"

A internet muda a política e a economia mundial e pode ser uma poderosa ferramenta utilizada nas eleições em todo o mundo, mostrando as ideologias dos partidos e dos eleitors. Também provoca transformações em como a sociedade escolhe os produtos, obtêm informações e emite opiniões.
Em 2009, por exemplo, quando os irarianos sofriam com o bloqueio do sistema de mensagens de celular e pela censura de vários sites, o microblog Twitter permitiu que a população denunciasse ao mundo a repressão às manifestações de rua que eram contrárias à reeleição do presidente Ahmadinejad e mostrasse a ideologia do grupo deles contra a ideologia de quem estava no poder fazendo tal repressão. Tudo começou com um problema político no país, no qual após ser confirmada a reeleição do Mahmoud Ahmadinejad com 63% dos votos, muitos eleitores saíram às ruas em protesto alegando que a eleição havia sido fraudada, causando uma das maiores manifestações contra o governo do regime dos aiatolás, pois queriam eleger o candidato da oposição Mir Hossein Moussavi.
Dessa forma, o governo bloqueou diversos sites e meios de divulgar as informações. O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo político e religioso do país que controla as Forças Armadas, a mídia e a Justiça, pediu aos meios de comunicação que usassem apenas “meios legais” para passarem as notícias posteriores à eleição.
Além deste exemplo, há o que Barack Obama utilizou durante sua campanha política à Presidência dos Estados Unidos, na qual a internet arrecadou dinheiro, organizou comícios e compartilhou informações. Além disso, como os jovens acessam bastante a rede, teve um maior envolvimento deste grupo durante a campanha que mostrou como a internet pode ser uma ferramenta virtual de comunicação que usa a interatividade e a rapidez, somando pontos a favor do candidato na eleição.
Na economia, esta mudança é vista, por exemplo, em empresas como estratégia de negócios, pois executivos e analistas usam a web para vender mais e para saber o nível de satisfação de seus consumidores, fazerem pesquisas de como melhorar determinados produtos, etc. Tudo com um custo baixo.
Por outro lado, há ainda um acesso desigual em que a exclusão social está muito nítida nos países subdesenvolvidos, no Brasil, por exemplo, cerca de 34% acessa a internet, número muito baixo se comparado com os Estados Unidos e Canadá com 74% de acesso. Talvez por isso a cultura da internet não pode ser generalizada a todas as variantes locais do mundo.
Além disso, este costume de usar a Web é um progresso de traço cultural essencial à humanidade e comum a praticamente todas as variantes locais como afirma Clifford Geertz em sua obra A Interpretação das Culturas, como costumes destacados no meio do abarrotado catálogo da cultura mundial como comuns a maioria das pessoas.
Assim, nós somos animais incompletos e inacabados que nos completamos através da cultura, pois o homem é todo igual, a cultura os difere e a cultura da Internet, não generalizando, pois há a parte ruim e a parte útil da net, como a colocada neste texto, proporciona ainda mais avanços formando até mesmo novas ideologias por parte dos internautas, que com a informação e discussão repensam em seus ideários e acabam chegando a novas conclusões, em um processo infinito de reinventar e buscar melhorias, como Geertz afirma em sua obra que para as Ciências Sociais vale a frase: “procure a complexidade e ordene-a”.

Um comentário:

  1. Concordo com o texto, e como a Web, sendo bem utilizada pode, além de informar, promover união, formação de idéias, organização das mesmas ou divulgação de ideologias.
    Quanto ao vídeo é interessante, mas tem que ser deixado bem claro que é somente um vídeo exemplificativo que não retrata as idéias do grupo, pois não chegamos a um senso comum até o presente momento.

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