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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Preconceito, uma ideologia cancerígena!

“A ideologia se situa no imaginário de cada membro da sociedade e esta vai estabelecer os padrões que deverão ser vivenciados por cada membro dessa “coletividade social”.”
“O preconceito pode ser definido como uma postura ou ideia pré-concebida, uma atitude de alienação a tudo aquilo que foge dos padrões de uma sociedade. “


Me espantei agora. Como deixamos o “preconceito” de fora no nosso blog.
O preconceito nada mais é do que um dos frutos de visões ideológicas, ou até propriamente uma visão ideológica.
Essa visão tenta fazer com que a sociedade se incomode com qualquer coisa que esteja fora dos padrões definidos. Quem definiu? E que padrões?

O preconceito rouba o direito de ser o que é.
Tenta padronizar a sociedade em uma coisa só.
Podemos hoje notar esses padrões muito facilmente, como por exemplo, o padrão de beleza que mexe com a cabeça de tanta gente que acaba buscando uma magreza doentia, ou mesmo o padrão sexual que exclui a escolha da sexualidade, ou mesmo o relacionamento padrão.
Não é possível que em tantos milhões de pessoas se alcance um comportamento padrão. Um mundo que não apresenta diferenças, divergências, se não existem diferenças, não existem mudanças, e sem isso estagnamos.

Ser diferente é quase como um tapa na cara da sociedade, o preconceito hoje aparece de forma muito mais simples e despretensiosa do que se pode imaginar. As “brincadeiras” ou piadas preconceituosas são cada vez mais comuns. Como podemos explicar a atitude que algumas pessoas sentem ao se deparar com um negro, um gay, um obeso, ou qualquer outro exemplo que não se encaixe na normalidade da sociedade.
Porque existe essa raiva, será que a alienação já tomou conta tanto assim da mente da sociedade que pode inflar essa raiva dentro das pessoas sem que elas saibam ao menos se justificarem.

Nem mesmo as crianças são perdoadas e não me refiro só as crianças que sofrem com o preconceito mas também as crianças que o fazem sem mesmo perceber o porquê que já foram um pouco corrompidas pela situação atual.
Vejam esse trecho da folha de são Paulo de 25/11/07

“Gustavo*, não tinha nem três anos quando saiu com esta: "Mãe, por que o Henrique é preto? Eu posso brincar com ele?"
link da reportagem aki

Detalhe: Os pais do Gustavo e o próprio Gustavo não são brancos.

Como um garoto de menos de 3 anos pode ser preconceituoso?
Simples olhe ao redor. Quantas piadas não aparecem todo dia na TV ridicularizando pessoas acima do peso, que usam óculos, homossexuais? O preconceito é como um câncer na sociedade, ele avança mesmo que sem ser percebido, ele muda.
Tudo pra que a sociedade seja composta apenas de pessoas “normais”.

Se for assim termino com uma citação do meu livro favorito.
“Deus, livrai-me dos “normais”!"
Augusto Cury em "O vendedor de sonhos"

domingo, 25 de julho de 2010

Consciência ambiental na UFABC

Como nosso blog refere-se à forma lata de ideologias, pensei em uma campanha que se enquadra perfeitamente, com o objetivo de convencer novos adeptos que se ainda não perceberam a situação passaram a reparar no todo complexo.
Reletindo a cerca da última aula de Estrutura e Dinâmica Social , um fato que já estava incomodando veio à tona. No Restaurante Universitário da Universidade Federal do ABC bloco Sigma em São Bernardo do Campo, quando os alunos terminam de almoçar ou jantar e vão jogar os restos dos alimentos e copos descartáveis usados na lixeira percebe-se a falta de separação visando a reciclagem.




Fotos do RU da UFABC bloco Sigma em São Bernardo do Campo. À esquerda o aluno Bruno Granero após o jantar e à direita a suposta lixeira da unidade.








É conhecimento de todos que as cidades produzem todos os dias milhares de toneladas de lixos e que este problema tende a piorar cada vez mais. Medidas eficazes precisam ser tomadas imediatamente , pois os aterros já não tem capacidade de absorver tanto lixo, além dos lixões a céu aberto e todas as suas consequências. Esta degradação torna nossa sobrevivência perigosa neste planeta.

Uma solução econômica e social para este problema, que atende até aos mais capitalistas além de beneficiar a sociedade, pode ser a coleta seletiva que visa separar os materiais recicláveis dos não recicláveis, promovendo reaproveitamento de grande parte do lixo, além de gerar empregos e lucro.














Os benefícios que esta atitude positiva proporciona são muitos como

• Diminuir o consumo de matérias primas virgens (muitas delas não são renováveis e podem apresentar ainda exploração dispendiosa);
• Contribuir para diminuir a poluição do solo, água e ar;
• Melhorar a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população;
• Prolongar a vida útil de aterros sanitários;
• Melhorar a produção de compostos orgânicos;
• Gerar empregos para a população não qualificada e receita para os pequeno e micro empresários;
• Gerar receita com a comercialização dos recicláveis;
• Estimular a concorrência, uma vez que os produtos gerados a partir dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-primas virgens;
• Contribuir para a valorização da limpeza pública e para formar uma consciência ecológica.

Os materiais que podem ser reciclados são geralmente papéis, vidros, plásticos e metais.

E o lixo orgânico, isto é, os restos de comida desperdiçados no RU?

Em primeiro lugar, é preciso haver a campanha de conscientização sobre colocar no bandejão o suficiente para se alimentar. Para isso é necessário criar a cultura de que não há problema em repetir a refeição, ou seja, se a quantidade não foi suficiente e o aluno ainda está com fome, não deve haver problema se ele retornar e pôr mais um pouco de comida visando o não desperdicício de se servir excessivamente e não conseguir comer tudo, o que é bem comum de ocorrer.

Em segundo lugar, o lixo orgânico precisa receber um tratamento cuidadoso, porque pode trazer consquêcnias indesejáveis para a sociedade como doenças, contaminação da água e do solo através do chorume, líquido viscoso e com mau cheiro produzido da decomposição do lixo orgânico.

Assim, ele pode ser depositado em aterros sanitários com as normas de saneamento básico e tratamento de lixo devidamente seguidas e o auxílio da população que pode separar o lixo orgânico dos demais lixos. Como os aterros sanitários já estão se esgotando, alternativas como produção de energia (biogás) com o gás metano gerado também da sua decomposição e produção de adubo orgânico, muito utilizado na agricultura, através do processo de compostagem que envolve transformações complexas de natureza bioquímica, promovidas por milhões de microorganismos do solo.

CAMPANHA CANECA JÁ!


Além da extrema importância da separação do lixo, a enorme quantidade de copos descartáveis jogados fora diariamente no campus é preocupante. Como exemplo, há a Campanha Copo Zero promovida pelos alunos da Universidade de São Paulo. Com a inauguração do Bacharelado de Ciências e Humanidades da UFABC e do campus em São Bernardo do Campo esta é uma proposta que precisa ser considerada logo pensando nos próximos ingressantes, pois a quantidade de alunos tende a aumentar a cada ano. Com base no exemplo da USP, temos objetivo de promover o uso de canecas plásticas nos restaurantes e bebedouros da unidade em prol de reduzir o uso de copos plásticos descartáveis, proporcionando a diminuiçãoo do acúmulo de lixo gerado por eles. Esta prática também visa minimizar o consumo excessivo de materiais, evitando a extração de mais recursos naturais e o uso de energia em sua produção.


Ressaltando que as canecas podem ser usadas em qualquer ocasião como festas e reuniões a fim de evitar o uso dos copos descartáveis


Como uma unidade federal e por ser uma universidade tão renomada que vamos construir juntos, alunos e funcionários devem se unir em prol destas campanhas para a para esta atitude positiva se expander por todos que frequentam a faculdade.





http://www.suapesquisa.com/o_que_e/lixo_organico.htm

sábado, 17 de julho de 2010

Resposta à pergunta do post do Afonso

À partir do post do Afonso e da pergunta que ele expõe ao final da postagem; inicio, com algum atraso, a minha resposta para a questão apresentada:
Digo que sim, podemos comparar a atuação da mídia - mais propriamente, das propagandas - com as pesquisas realizadas não só no projeto MKULTRA mas na maioria do sistema KUBARK; sistema pelo qual os órgãos de investigação estadunidenses pressionam suspeitos de participação em ilícitos a disponibilizarem informações pertinentes ao andamernto das investigações de maneira, muitas vezes, forçada. Não vou entrar no mérito da legalidade - ou não - de tais métodos pois não é meu objetivo neste momento e, com toda a certeza, outros poderiam tratá-lo com muito mais propriedade do que eu. (Deu pra perceber que estou falando do Ronaldo né!? hahahaha)
A propaganda tenta, de maneira implícita, nos impor uma necessidade. Tenta controlar o subconsciente de seu público alvo para atingir um objetivo - da mesma forma que o KUBARK busca alcançar respostas através do domínio do subconsciente almejado pelo processo interrogatório.
Parece perverso e exagerado pensar na propaganda dessa forma; mas ela é um método controlador que a torna alicerce para a manutenção do consumismo e do capitalismo em si.
Vou ser contraditório agora pois, apesar do que disse, a propaganda é necessária para nos apresentar produtos e dar a opção da escolha, ou seja, buscar o que mais se adapta à necessidade de cada um.
A propaganda sempre será persuasiva e criadora de "necessidades desnecessárias". É o consumidor quem deve controlar-se e perceber o que é realmente essencial.
Digo, também, que o projeto MKULTRA - pelo que é, e pelo que representa - merece mais atenção pois relaciona-se muito bem com a nossa proposta aqui.

terça-feira, 13 de julho de 2010

As vezes é bom sabermos quem decide certas coisas pela sociedade . .

Ao comentar no post do Afonso abaixo me veio a cabeça o Conar, que trabalha nesse mundo da publicidade aqui no Brasil, citei no comentário um pouco sobre ele, mas decidi buscar mais informações e coloca-las aqui para o nosso blog, pois acho que vocês acharão interessante como um órgão que não é publico entra na vida das pessoas todos os dias.
Peguei dois artigos: um do próprio site do Conar, e um outro da revista Exame, que mostram um pouco sobre alguns pontos interessantes.

"O Conar é o Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária. É uma entidade do mercado publicitário. Segundo a auto-apresentação publicitária que o próprio Conar faz de si em anúncios veiculados na imprensa, ele é "um órgão criado por agências, anunciantes e veículos para zelar pelos limites éticos da comunicação comercial". Nessa auto-apresentação publicitária, o "órgão" promete proteger o consumidor. "Se algum dia um anúncio ofender a sua família, defenda-se: faça uma queixa ao Conar. Você vai evitar que os outros consumidores também se sintam prejudicados ou ofendidos, e vai ajudar a elevar cada vez mais o nível da propaganda brasileira.
...Quando se trata de debater sua própria conduta ética, quando se trata de debater os direitos dos telespectadores, bem aí, é inútil contar com os ouvidos e com a sensibilidade da TV comercial.

De uns tempos pra cá, pelo menos existe o Conar. A publicidade abusou? Tem mensagem racista? É preconceituosa? Nesses casos, ele pode ser eficaz. Já é alguma coisa. Melhor que nada.
... O Conar apenas defende a boa imagem da publicidade. Seu interesse fundamental é fortalecer o mercado anunciante e, para isso, ele sabe, e faz saber, que a credibilidade é indispensável. Aparecendo como defensor do cidadão indefeso, o Conar ajuda a melhorar o conceito que a sociedade tem do negócio da propaganda. É só disso que se trata.
...Eu repito: o Conar é bem-vindo. É um fator de educação dos publicitários, o que é necessário e urgente. Mas ele não é e nem poderia ser defensor do cidadão. "

O segundo artigo da revista Exame trás os motivos pela retirada do comercial da cerveja Devassa do ar.

"Esta semana o Conar, um grupo de autorregulamentação publicitária formado por luminares da Comunicação, doutos senhores e respeitáveis senhoras que dedicam seu valioso tempo a defender inocentes brasileiros como você e eu da tremenda ameaça dos comerciais malvados, abriu nada menos que três processos contra a ação da Devassa. Um dos modos que eu uso para definir o Conar é assim: órgão perseguidor dos comerciais que dão certo. Basta uma publicidade causar, atingir seus objetivos, gerar discussão, curiosidade, bafafá, que o Conar entra em ação como uma tia velha, carola, solteirona, amedrontada e pouco instruída para trazer tudo de volta à mornura e à mesmice. Outro jeito que me ajuda a mapear o Conar: tudo que eu acho legal eles vetam. Tudo que eu considero criativo, ousado, divertido, bem sacado faz os bigodes do Conar eriçarem suas cerdas grisalhas.
...Eis o mérito dos processos contra a ação da Devassa: o primeiro, impetrado por um consumidor (ou por uma consumidora), reclama da sensualidade do filme.
...O segundo processo, iniciativa do próprio Conar, reclama do “estímulo ao uso excessivo de bebidas alcoólicas”. (Eu assisti aos comerciais, visitei o site e honestamente não entendo no que essa ação é diferente de todas as outras publicidades de bebidas mundo afora no tocante ao estímulo ao consumo. Ademais: comercial não existe exatamente para isso – estimular o consumo? Não é a maior das hipocrisias e o cúmulo da falsidade gente que vive de estimular o consumo de absolutamente tudo, e que construiu a sua carreira vendendo qualquer coisa para qualquer um, agora vestir o fraque e as luvas brancas e vir com esse tipo de conversinha?
...O terceiro processo, impetrado pela Secretaria Especial dos Direitos da Mulher, reclama do filme pelo “conteúdo sexista e desrespeitoso à mulher”. Imagino que o ressentimento se refira à reificação da moça, ao aproximar a loira humana da loira gelada. E que a bronca seja também com o retrato da moça como um símbolo sexual."

Nesse mesmo artigo, que eu apenas reproduzi alguns trechos acima ele levanta uma discussão que deixo na integra a baixo:

"Ao fim e ao cabo, ao contrário do que eu tinha imaginado, nenhum dos processos do Conar se refere ao fato de a ação da Devassa ser mais um elemento a tirar audiência da TV aberta e levar para a internet. O beiço, portanto, aparentemente, não se deve a esse pequeno mas importante detalhe.

Encerro meu arrazoado afirmando ao Conar, aos telespectadores pudicos e caretas e à Secretaria Especial dos Direitos da Mulher, entre outros verdugos do direito de expressão, comercial ou não, e do meu direito de decidir ouvir ou não, de ver ou não, de ler ou não o que essas empresas tem a dizer, que o pior castigo para um mau comercial é o julgamento popular negativo. O pior revés para uma publicidade ruim é vender mal um produto. Ou desvendê-lo, afastá-lo da estima das pessoas, criar rejeição. Ou seja: não há nada pior, para um comercial malfeito, do que ser veiculado.

A alternativa a isso é censura. E, nessa perspectiva, talvez fizesse sentido cassarmos a própria marca, que é um acinte: “Devassa”. Onde já se viu? Assim como o slogan: “Um tesão de cerveja”. Absurdo. A nomenclatura dos tipos de cerveja – Loura, Índia, Ruiva e Negra – também soa absolutamente sexista e desrespeitoso. Sem falar nas comidinhas que aparecem no cardápio das Cervejarias Devassa: os pratos, bem gostosos, aparecem com nomes como Gulosinhas, Afogadinha no Tutu, Carnudinha, Na Moita, Bem Dotado, Deditos Endiabrados e por aí vai. Quanta barbaridade.(SILVA,2010)"


Depois de ler um texto assim sobre algum tipo de censura, muitas vezes cega a sociedade comum, que eu entendo a importância das discussões que estamos tendo em sala, pois o mundo não é exatamente como querem que a gente engula ele!


Fontes:
Acesso em: 13/07/2010.
Acesso em: 13/07/2010.

sábado, 10 de julho de 2010

IDEOLOGIA: DESEJO, VONTADE, NECESSIDADE.

Vou colocar um texto que achei faz um tempo que mostra uma visão bem interessante sobre a ideologia do capitalismo.

Mas o que faz com que o poder de convencimento da ideologia seja tão forte? Se ela é constituída por idéias que falseiam a realidade para que na sociedade tudo continue como está, por que as pessoas simplesmente não se revoltam contra ela?
É parece que a coisa não é assim tão simples. Se fosse, não estaríamos imersos em todo esse processo de dominação e submissão das pessoas.
Para tentar entender o processo de "funcionamento" da ideologia, voltemos à questão da propaganda. O que leva um sujeito a fumar Hollywood? Por que ele não se dá conta de que seu sucesso não depende do cigarro que ele fuma ou deixa de fumar?
É claro que todo indivíduo deseja ter sucesso na vida. Mas também é evidente que, numa sociedade de dominação e desigualdades, o sucesso não é possível para todos. Para que alguns possam ser muito bem - sucedidos, é necessário que muitos outros permaneçam na miséria. Se for alardeado pelos meios de comunicação que o sucesso não é possível para todos, certamente teremos uma boa dose de inconformismo social que pode levar até mesmo a violentas revoltas. A ideologia trata então de disseminar a idéia de que vivemos numa sociedade de oportunidades e de que o sucesso é possível, bastando que, para atingi-lo, cada indivíduo se esforce ao máximo. Em contrapartida, vemos milhões de pessoas vivendo na miséria...
Às vezes, alguém se esforça ao limite, mas nada de chegar ao sucesso . Ele permanece como um ideal, um sonho quase inatingível, mas do qual não abrimos mão, do qual jamais desistiremos. Quando esse indivíduo vê o belíssimo comercial do cigarro que estampa a imagem do sucesso, algo desperta, bem lá no íntimo de seu ser. Inconscientemente, ele associa a imagem do cigarro à imagem do sucesso, e renova suas forças na busca de obtê-lo. Fumar Hollywood é ser bem - sucedido, embora, na verdade, ele continue insatisfeito com seu trabalho, seu salário, com seu casamento...
Você já deve Ter conseguido perceber o que estamos tentando explicar: a ideologia funciona tão bem porque age atravessando e invadindo o íntimo das pessoas. E embora seja um corpo de idéias, não domina pela idéia, mas pelas necessidades criadas por essas idéias, pelos desejos que elas despertam. O discurso ideológico é aquele que consegue tocar nas vontades e ambições mais íntimas de cada indivíduo, dando-lhe a ilusão de sua realização. Alguém fuma Marlboro e tem a ilusão de sua realiza sua vontade de ter acesso a um outro mundo, a uma terra de liberdade, um pasto para cavalos , lugar de homem corajoso e forte que, com bravura, realiza-se no que faz; alguns passam a ver seu patrão como um ideal a ser alcançado, como alguém que gostaria de ser, imaginando que ele alcançou o sucesso, tem tudo o que quer e é feliz; alguém tem a vontade de tomar a vitamina Eletrizan para ter mais energia; alguém quase careca usa um xampu que lhe promete uma abundante cabeleira, e assim por diante.
Para sermos mais enfáticos, além de lidar com as necessidades e as vontades e de influenciar os desejos das pessoas, a propaganda produz outras necessidades e administra sua satisfação, de modo que cada um tenha uma ilusão de felicidade, uma ilusão de prazer e se acomode à situação vivida de sempre querer mais. O consumismo nada mais é do que a afirmação dessa realidade de realizar os desejos dos outros como se fossem nossos. Por que você sempre precisa usar uma roupa de grife? Ou cortar o cabelo de acordo com a moda? Enquanto você consome, suas vontades vão sendo realizadas, mas, ao mesmo tempo, novas necessidades vão sendo criadas, de forma que é praticamente impossível escapar dessa "roda viva". Enquanto você consome, não questiona a sociedade na qual vive nem que o leva a consumir tanto.
No âmbito da política, a ideologia aparece da mesma forma. Observe as propagandas em época de eleições. Elas sempre tocam nas necessidades básicas das pessoas. Os candidatos que saem vencedores nas eleições são sempre aqueles que melhor conseguirem tocar nos desejos dos eleitores, que conseguiram produzir neles a idéia de uma satisfação futura. Desse modo, nem sempre votamos nos candidatos que poderiam defender melhor nossos interesses sociais; na maioria das vezes, ao contrário, votamos naqueles que, de algum modo, prometem uma satisfação para nossos desejos.

Prof.Dr.Silvio Gallo


E aí vocês acham que esse tipo de manipulação é possível?
Será que podemos comparar com o tipo de manipulação feito em MKULTRA ?

Comentem aí

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mari No País Das Batatinhas...

Galera,PIREI! Huahauahua...
E é Sério!Eu Sempre Escrevo Umas Coisas Para o Blog, e quando leio as últimas postagens desisto de colocar meus textos, porque os acho muito diferentes do "assunto" do momento.Mas hoje, me deparando com apenas UMA postagem minha durante todo o tempo de existência,eu decidi escrever tudo o que eu queria , desde o princípio.Idiotice, bobeira, é eu sei que em certos pontos vai parecer cômico, ou ridículo, mas eu sinto necessidade de dizer! Rs...
Quando sugeri esse tema para vocês, não imaginava que entraríamos tão profundamente no "conceito" (digamos assim). Até gostei do que postamos, achei que uns posts foram preciosos e de fato, me fizeram refletir (e alterar um pouco a dinâmica dos meus pensamentos,rs)Mas não era Só isso sabe?
eu sempre quis saber por exemplo, porque a gente ri das coisas...Porque uma piada Nos Estados Unidos é Engraçadissima, e para nós não?Ok, Culturas Diferentes...Nenhum País é Igual...Eu Sei,Eu Sei...Mas Porque Em Outras Nós Rimos?...Pq Em Muitas TODOS Riem?
Como certas coisas são universais? Como algumas coisas são "atemporais"?Por quê?
Eu já ouvi dizer que na vida as pessoas passam por quase a mesma coisa,(um pé na bunda, um grande amor, um emprego péssimo, um professor brilhante, um momento de incompreensão) mas será que é só esses aspectos digamos "comuns" que nos unem?
Quando a gente diz que cada um tem seu "mundo particular" , suas "subjetividades", queremos dizer que a nossa maneira de pensar e agir se transforma, não a cada momento, e sim a cada troca.Mas será que não existe uma essência comum em todos nós?
Talvez, eu tenha sugerido o tema errado, talvez segundo os conceitos que estamos utilizando o melhor seria eu me referir aos "ideários" e não às "ideologias"...
Mas era isso...como e quando abandonamos nossas pré- convicções para abraçar uma idéia (Que pelo nosso ponto de vista) seja melhor? mais coerente?Até que ponto elas nos unem? e até que ponto nos afastam?As religiões por exemplo, são ideologias tão fechadas em si próprias,que não permitem um "diálogo"...Outras ideologias entretanto, são essencialmente formadas e transformadas através da abertura que dão as discussões, aos questionamentos.
O que eu quis perguntar, não é porque as pessoas riem, mas o que desencadeia nossas reações... E porque.Novamente, não fui clara, rs...
Sabe, gostaria de saber, como conseguimos ser tão controversos, O que muda tanto em nós para que uma coisa que antes nos satisfazia, não mais nos satisfaça?Será que é só por interferências exteriores que mudamos?E de que forma poderíamos mudar se não fosse por uma interferência exterior?Existe isso? É possível?Somos capazes de adotar novos comportamentos, mesmo que nada, ABSOLUTAMENTE NADA mude ao nosso redor?A felicidade é uma construção social?
o que você seria se não existisse ninguém além de você?Imagine, um mundo onde não houvesse sociedade, onde você fosse o único homem.O que você seria?O que pertence ao Ser Humano,E o que é uma construção social?Tudo?
sem a sociedade seríamos apenas seres com funções biológicas?
...então, somos escravos de nossos ideários?sem eles, o que seríamos?

(Ps.:Perdoem a ausência de acentuação, o erro nos porquês, e erros gramaticais...)

domingo, 4 de julho de 2010

O título do post anterior é uma questão que venho me fazendo a dias, assim como muitas outras sobre ideologia religiosa e etc, são respostas que acredito que não vou ter nem nesse quadrimestre, nem no próximo e sabe Deus se um dia vou ter. Depois da primeira apresentação do do blog em sala de aula fiquei um pouco perdida, porque estamos tão adaptados a fazer o mesmo tipo de trabalho que no ensino médio e quando nos dizem que não é bem assim que podemos olhar por uma outra abordagem, criar novas perspectivas parece um pouco loucura, então ainda não sei que caminho tomar sobre esse tema. Já sobre o futebol concordo com o Ronaldo que vamos ao estádio, gastamos nosso dinheiro pois gostamos, mas há de se pensar que no Brasil temos uma grande influência para esse esporte, como no Canadá, EUA,..., essa influência é para outro esporte. Acredito que sim se deva fazer toda essa festa na Copa e em outros eventos, mas acho que essa união que o esporte traz não deve se restringir apenas a cada quatro anos e que seja uma maneira de não enxergarmos os problemas que temos ao nosso redor.
Postagem total fora do tema. Espero semana que vem já estar menos perdida e conseguir postar um texto a ver com o tema.
Obs: O José Luiz está de volta, não é? O nome do blog vai continuar hepteto? Ou vai pra octeto? Ou ainda hepteto mais um?

Tudo é ideologia?

Apesar da abrangência do termo, e da ideologia permear quase tudo que fazemos, não podemos tratar TODOS os assuntos como ideologia. É uma ingenuidade não acreditarmos que grande parte das ações, principalmente as originárias das classes dirigentes, não sejam realizadas com o intuito de reproduzir um conceito ideológico, mas algumas ações são realizadas para obterem exatamente o fim a que se propõem. Às vezes um dirigente quer construir uma estrada para ligar um lugar a outro e permitir o trânsito de veículos. E só. Não é para beneficiar uma casta ou para fazer a Guerra contra povos oprimidos no século que vem.

Stanislaw Ponte Preta disse que "futebol não é uma questão de vida ou morte. É mais que isso!". Com esta tirada, o escritor-humorista-jornalista-dramaturgo demonstrava o sentimento de um torcedor, não só brasileiro, mas de todos os amantes mundiais do esporte bretão, que é o esporte mais praticado, seguido e rentável do planeta. E vos pergunto: qual a utilidade disso? Por quais motivos práticos assistimos a uma partida nos estádios, acompanhamos os noticiários esportivos, compramos produtos licenciados de clubes, torcemos para um time? Ouvimos muitas vezes coisas como 'eles não pagam minha contas', 'não vou ganhar nada com a vitória do time mesmo' ou 'por que me preocupar em ver 22 machos correndo atrás de uma bola?' E respondo que existem até algumas motivações de ordem prática para justificar a imensa atração que temos pelo esporte e pela arte, mas elas são as que menos interessam. Acompanhamos competições esportivas pelo mesmo motivo que somos fissurados numa banda de rock: simplesmente porque gostamos disso. É nossa catarse, nossa projeção psicológica, é o que nos emociona e arrepia. E não adianta nos condenar por isso. Me emociono também com discursos políticos, com a atitude de filantropos, com imagens chocantes de fome, guerra e tragédias. Mas sei também que um jogo de futebol e uma corrida de fórmula 1 me interessam muito mais que as vacas espalhadas pelo mundo inteiro a título de arte. Concordo que são arte, e compreendo que gostem. Mas não me emocionam.

Temos que ter cuidado com nossos desejos. Desejamos que tudo tenha sentido prático? Então concordamos que a música de qualquer comercial de groselha vitaminada é mais importante que a quinta sinfonia, pois tem um objetivo prático. Musiquinhas didáticas também seriam bem mais úteis. Mesmo sendo "inútil", gosto do Black Sabbath, do Mozart, do Chico Buarque. A arte e o esporte são instrumentos de entretenimento, mas são sobretudo necessidades que não podemos expressar. Pagamos muito mais por um show que por uma refeição, e NÃO SOMOS OBRIGADOS A ISSO. Optamos porque atribuímos maior importância. O resto é balela. É claro que cometer exageros em nome do esporte e da arte, brigar, matar, cometer suicídio, roubar para ver um show, e outras distorções, são condenáveis. Mas ter um time pelo qual torcer e comprar um Poster de uma banda não constituem nenhuma aberração. E esse negócio dos jogadores de futebol e artistas terem de aplicar seu dinhero em filantropia? Dinheiro de futebolista é mais direito social que o de empresários e de pessoas que trabalham em "coisas úteis"? Quem propõe isso doa algum percentual de sua renda a instituições de caridade? Outra besteira. Eu gosto do menino do farol, da Madre Tereza de Calcutá, do Barack Obama, do Lula, do Pelé, do Felipão. Ouço e me agito quando tocam o Hino Nacional, o do Corinthians, Neon Nights ou Queen of the Night, do Mozart. Acho os quadros do Bosh intrigantes, do Da Vinci maravilhosas, e os desenhistas de quadrinhos da Vertigo impressionantes. Sem precisar "aplicá-los" em meu cotidiano. Sem contar as calorias. Sem dar satisfação a ninguém. Só gosto. Fui!!!

Refletindo a cerca da questão pontuada pelo post do Felipe encontrei este vídeo que considero muito interessante para pensar que precisamos de novas ideologias, rever nossos valores, ser mais expressivos e encarar a realidade da qual fazemos parte em prol de melhorias.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Os dois garotinhos...

Hoje, após a derrota do Brasil para a Holanda, eu voltava ao trabalho vendo os rostos das pessoas completamente descrentes e horrorizados; parecia um luto de toda uma nação por um problema gravíssimo e inédito, algo que alteraria seu futuro e seu caminho para uma posição mais estável dentro de um mundo instável. Ao descer do meu carro quentinho neste dia gelado ouço uma criança me chamar; era um dos dois meninos que se aproximavam de mim com cerca de seis anos de idade perguntando se poderiam engraxar meus sapatos. Nessa hora fiquei um pouco perplexo ao atentar que a desolação de todas aquelas pessoas que passavam ao meu redor era proveniente de um simples campeonato esportivo apresentado por exemplos vivos de um dos mais visíveis concentradores de renda que pude me lembrar no momento.

Este fato me remeteu às discussões anteriores que tivemos sobre a questão das políticas de afirmação dentro da sociedade brasileira atual as quais, mediante discursos ferrenhos, fui um dos defensores de que tais políticas eram apenas formas de encobertar os reais males existentes e provenientes de uma maldita herança cultural de imensa dificuldade de ser superada. Mas “peraí”... Não é bem assim! Não podemos ser absolutistas em nossas opiniões. Ao parar para refletir um pouco me dei conta de que essas políticas são extremamente necessárias, independente do que digam os “buscadores da verdade absoluta” sobre tais políticas beneficiarem pessoas que não as necessitam ou sobre casos de corrupção a elas relativas. Infelizmente, a corrupção está presente de modo ávido como, por mais negativo que seja, um “valor” cotidiano dentro da antiética humana e, neste ponto, não me restrinjo ao Brasil.

Na referida discussão falei que os governos deveriam criar novas políticas de desenvolvimento nas áreas de necessidades de base da população como, por exemplo, na educação. Porém, tais desenvolvimentos devem estar atrelados às políticas afirmativas pois tratam-se de mudanças de longo prazo cujas estimativas de melhora considerável não podem ser medidas com precisão. Portanto, essa união de políticas representaria um momento transitório até a amenização das desigualdades existentes.

Esse momento transitório acaba sendo utópico pois o investimento pesado em políticas de longo prazo não interessa aos políticos que, em sua grande maioria, pensam apenas dentro do curto prazo para poder apresentar concretizações em suas próximas candidaturas.

Diria que comentar a tal alienação por muitos já citada aqui seria apenas insistir em mais um clichê já tratado, conceituado, contestado, apoiado, xingado... Mas quando vejo que todo um país pára o seu cotidiano de “casa-trabalho-casa” para se decepcionar, chorar e se descabelar por uma seleção cuja renda de qualquer um de seus jogadores poderia ser utilizada para a manutenção de muitos projetos de desenvolvimento de pequenas comunidades, tento buscar os nossos valores e simplesmente não os encontro; e o que mais me chama a atenção é que neste momento todos se unem sobre uma só bandeira e apontam os erros que ocorreram, seus culpados e quais seriam as soluções! Mas não somos capazes de nos unir para a mesma discussão sobre o caso daqueles dois pequenos engraxates que motivaram esta expressão da minha opinião. Porque não nos unimos para apontar os erros, os culpados e as soluções para este real problema!?

Vivemos no comodismo. É muito mais simples viver nossas vidinhas sem sentido da forma mais simplista possível! Ah... Mas isso é óbvio! Porque eu iria me dar ao trabalho de tentar entender os problemas que nos cercam se posso simplesmente dizer que “a culpa é daqueles que estão lá em cima”? Porra! Se pensarmos na forma de ideologia como persuasão aos interesses de um grupo unido que os impõe sobre os mais fracos vejo que a grande maioria da população é alvo fácil desta concepção.

Precisamos de novas ideologias, novos líderes e novos motivos para nos empolgarmos na busca de melhorias; mas antes de tudo isso devemos procurar dentro de nós o que sobrou dos nossos valores, eliminar a nossa antiética e, principalmente, parar de achar que o problema não é nosso... Somos contraditórios, medrosos e inexpressivos.

Espero que os bisnetos daqueles dois garotinhos possam viver suas infâncias e alimentar seus sonhos sabendo que têm suas necessidades básicas atendidas por bases sólidas.

quinta-feira, 1 de julho de 2010



Acho que pode ser muito interessante esse contraste de mundos que o discurso passa, do gênio Chaplin.

Se a ideologia existe, tem um porque, temos que entender ele . . .

Peço desculpas pela minha ausência, mas tive com uma infecção na garganta que teve outras evoluções e só agora estou voltando a ter condições de ir para as aulas e voltar a ter uma vida normal.

Lendo os últimos post, vi que a discussão passou pela utilização das ideologias como forma de domínio, como forma de trazer um caminho para um povo e vi também vários exemplos de casos históricos, como é possível ver no vídeo postado pela Jessica, que eu particularmente achei muito interessante, e pegando o exemplo que a professora deu em sala de um trabalho de sucesso do ultimo período, brincar com as imagens, entrevistas e qualquer outra forma de metodologia que transmita emoção, acaba tendo um valor maior, pois atinge um publico mais amplo.

Entrando no tema que eu quero abordar nesse post são as diferentes linhas que podemos seguir sobre a visão ideológica dentro da política, se essa for mesmo a ideologia que mantermos em foco, pois como pode ser visto no vídeo do blog da disciplina (Chimamanda Adichie: O perigo da história única) uma unica visão sobre um tema acaba sendo cega, pois qualquer fato que já ocorreu na história, nos foi contato de um jeito, por alguém, para defender a ideologia que ele queria, como foi citado pelo grupo Checkpoint Charlie de querer ver a visão de dentro da divisão do muro de Berlin, pois a verdade que lemos nos livros é apenas uma utopia da realidade que eles viviam lá.
Então o que eu queria sugerir para o nosso tema seria escolher um momento político do passado, e aplicar todo que estamos pesquisando sobre ideologia política nele, e com isso tentar mostrar para a classe e para quem se interessar, todas as historias que co-existiam naquele momento.
Deixo em aberto qual fato político poderia ser, se algo nacional ou internacional, das ultimas décadas ou de um passado mais distante, mas gostaria de expor esse ponto para vocês, pois como o nosso tema é abstrato, acho interessante usar algo concreto para exemplifica-lo.
E no mundo das possibilidades, poderíamos até desbravar as conseqüências desse fato na vida moderna, escolhendo uma classe social, cidade, bairro, para mostrar da onde vem a muitas vezes armadilha histórica que eles são obrigados a viver.

Bom aguardo a opinião de vocês sobre essa idéia e também como nenhuma opinião ou ideologia é a dona da verdade, espero que ela pelo menos ajude nos futuros caminhos do nosso projeto!